Pessoas que consomem o produto da marca costumam gerar esse tipo de conteúdo. Por esse motivo, o UGC tem origem na experiência direta com o que foi comprado.
Parece simples, mas a maioria das marcas ainda se confunde ao tentar colocar isso em prática. Muitas vezes, acabam utilizando publis disfarçadas como se fossem manifestações espontâneas, o que enfraquece a autenticidade da mensagem.
Por isso, é fundamental entender o que de fato caracteriza esse tipo de conteúdo. E, mais do que isso, aprender a estimulá-lo sem comprometer a espontaneidade.
Neste artigo, você vai ver como usar estratégia de UGC com estratégia e intencionalidade, sem deixar de lado a transparência.
O que é uma estratégia UGC e o que não é
UGC (User Generated Content) é conteúdo gerado por quem já teve contato direto com o seu produto ou serviço. Em geral, essa pessoa compartilha algo por vontade própria, sem que tenha sido contratada para isso ou orientada pela marca.
Isso significa que o conteúdo pode surgir de uma experiência de uso positiva, surpreendente ou emocionalmente marcante. Pode ser um vídeo, um texto, uma resenha, um comentário ou até uma simples imagem no story. Se a pessoa compartilhou sem incentivo direto, provavelmente é estratégia UGC.
Por outro lado, se houve briefing, pagamento, envio de produto com obrigação de postagem ou qualquer forma de combinação prévia, então o conteúdo já pertence a outra categoria.
Mais importante do que a estética é compreender a intenção de quem publica. Em alguns casos, uma imagem feita com cuidado pode surgir espontaneamente, ao passo que um vídeo simples pode ter sido encomendado.
Como estimular UGC sem forçar
1. Comece pelo produto
Antes de tudo, se o seu produto não surpreende, não gera conexão, tampouco motiva o compartilhamento. Portanto, o primeiro passo é garantir que ele tenha algum fator diferencial. Pode ser no uso, na embalagem, no nome, no aroma, na textura ou em qualquer outro aspecto sensorial ou emocional.
O Carmed é um excelente exemplo. A embalagem colorida chama atenção nas prateleiras e nas redes sociais. Além disso, a textura agrada e o produto se encaixa facilmente no cotidiano. Como resultado, ele gera postagens orgânicas sem esforço da marca.
Se o seu produto não desperta curiosidade, talvez seja necessário repensar o formato, a identidade visual ou o próprio posicionamento antes de tentar colher resultados com UGC.
2. Dê contexto, não instruções
Muitas marcas erram ao tentar direcionar o cliente com pedidos do tipo: “poste e marque a gente”. Esse tipo de abordagem soa forçada e quebra o que deveria ser espontâneo. Em vez disso, pense em como inserir mensagens que convidam o consumidor de forma mais sutil.
Nesse sentido, você pode incluir frases criativas nas etiquetas, pequenos bilhetes dentro da caixa, mensagens no espelho do provador ou até incluir QR codes que levam a experiências digitais. Essas iniciativas, quando bem pensadas, despertam a vontade de compartilhar.
Crie um ambiente convidativo. Quando a experiência encanta e há uma sugestão leve, o conteúdo tende a surgir naturalmente, sem parecer uma exigência.
3. Conecte a marca a momentos que já são compartilhados
As pessoas compartilham situações que fazem sentido na vida delas. Logo, o seu produto precisa entrar nessas situações de forma orgânica. É nesse ponto que a estratégia se encontra com o comportamento.
Por exemplo, a marca Bruna Tavares entende bem essa dinâmica. Ela reposta mulheres testando maquiagens em casa, com o mesmo entusiasmo que a fundadora teve no início da carreira. Isso cria um ciclo afetivo com o público, já que muitas seguidoras se veem refletidas na trajetória da própria marca.
Reforce os momentos que já fazem parte da rotina do seu cliente e mostre como a sua marca pode somar nesse cenário, sem tentar roubar o protagonismo.
4. Valorize quem já compartilha
Embora surja de forma espontânea, o UGC se fortalece quando há reconhecimento da marca. Por isso, quando alguém publica algo espontaneamente, a marca deve estar atenta para interagir. Por exemplo, um simples repost, um comentário ou até um agradecimento em privado são suficientes.
Essa valorização aumenta o vínculo e motiva a continuidade. Quando a marca demonstra que viu o cliente, essa atitude costuma gerar mais interações. Consequentemente, o consumidor publica novamente e influencia outras pessoas.
Além disso, reconhecer quem já compartilha é uma forma de mostrar ao restante da comunidade que a marca está presente e atenta ao que acontece fora do seu canal oficial.
Onde o UGC entra na estratégia de comunicação
O UGC não é apenas um conteúdo isolado. Ele pode, e deve, ser integrado à sua estratégia como apoio à narrativa da marca em diversos pontos da jornada de compra.
Veja alguns exemplos práticos:
- Na descoberta, o conteúdo pode aparecer como postagens espontâneas que despertam atenção de novos públicos.
 - Na consideração, atua como reforço ao mostrar opiniões de pessoas que já testaram.
 - Na conversão, funciona como argumento social. Afinal, se outras pessoas estão satisfeitas, há mais segurança para comprar.
 - No pós-venda, serve como continuidade da conversa, mostrando que o relacionamento com o cliente não termina após a compra.
 
Inclua esse tipo de conteúdo no seu planejamento editorial. É preciso avaliar quais formatos podem ser aproveitados, onde encaixar cada um e como integrá-los ao seu calendário de publicações.

Como analisar e aplicar a estratégia UGC com inteligência
Engajamento
- Quais tipos de conteúdo geram mais interação?
 - A linguagem dos consumidores é compatível com a da sua marca?
 - O público interage apenas com a marca ou também com quem postou?
 
Alcance
- As postagens estão alcançando públicos novos ou circulam sempre nas mesmas bolhas?
 - Os perfis que publicam são de regiões diferentes ou pertencem a um mesmo segmento?
 - Existe crescimento na frequência das menções ao longo do tempo?
 
Conversão
- Os comentários trazem dúvidas reais como “onde compra?” ou “qual o valor?”?
 - Os conteúdos estão sendo aproveitados em páginas de vendas ou campanhas pagas?
 - Você pode rastrear os acessos que vêm dessas postagens. Para isso, basta aplicar UTMs nos links e acompanhar os resultados.
 
Conclusão
O UGC surge sempre que alguém sente vontade de compartilhar uma experiência. Por isso, não há necessidade de encomendar esse tipo de conteúdo. Basta que a experiência entregue algo além do básico.
Portanto, mais importante do que incentivar diretamente, é criar uma jornada que provoque vontade de mostrar. A partir disso, a marca pode organizar, integrar e amplificar esses conteúdos com respeito e propósito.
O conteúdo que seu cliente publica pode ser o elo mais forte entre sua marca e novos compradores. Só é preciso saber como e quando usá-lo.